As manifestações que começaram em São Paulo e se espalharam por grandes centros urbanos agora chegam ao Interior do Ceará. Na tarde de hoje, terça-feira, dia 18, cerca de mil manifestantes ocuparam o prédio da Câmara Municipal de Iguatu, cidade distante 380 km de Fortaleza, na região Centro-Sul do Ceará.
O protesto foi pacífico e contra a proposta do Executivo de implantar o Regime Próprio de Previdência Social do Município. Inicialmente, os manifestantes estiveram reunidos na Praça Gonçalves de Carvalho, no centro da cidade. Depois percorreram ruas e foram até a sede do legislativo municipal.
O grupo ocupou as galerias e muitos tiveram que ficar em frente ao prédio porque não havia espaço para todos os manifestantes. Servidores municipais e estudantes usando nariz de palhaço e conduzindo faixas e cartazes gritavam palavras de ordem ‘retirem o projeto’.
Depois de ocuparem o plenário, os manifestantes cantaram o Hino Nacional e pediram que os vereadores respeitassem os direitos dos servidores municipais. “Nós somos contra esse projeto porque traz risco para todo o funcionalismo”, disse a presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde (SindSaúde), Sílvia Bandeira. “Essa proposta não pode ser aprovada”.
Na quinta-feira da semana passada, foi realizada audiência pública na Câmara Municipal de Iguatu com o objetivo de debater o projeto de lei. Houve protesto dos servidores que gritaram e vaiaram aqueles que se manifestaram a favor. O clima entre o funcionalismo é de revolta e rejeição à mudança, isto é, substituição do Regime Geral de Previdência Social do INSS para um sistema de previdência municipal, administrado pela prefeitura.
O prefeito de Iguatu, Aderilo Alcântara, determinou a retirada do projeto de lei. “Não houve consenso e preferimos retirar o projeto de pauta”, disse. Alcântara lembrou que 90% das prefeituras no Brasil discutem projeto semelhante e hoje em dia os municípios são fiscalizados, reduzindo riscos contra o fundo municipal previdenciário.
Servidores públicos e centenas de estudantes participaram do ato público. Os manifestantes pediram melhoria nos setores de saúde e de educação.
A sessão deveria ter começado às 17 horas. Somente as 18 horas foi iniciada, após o presidente do legislativo, Bandeira Júnior ter negociado com as lideranças do movimento.
A presidente da Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos Municipais, no Ceará, Enedina Silva, disse em plenário que o movimento foi vitorioso. “O prefeito e os vereadores usaram o bom senso”, disse.
“Nós queremos um município mais justo e democrático e o Brasil que nós queremos começa no município”.
Bandeira Júnior leu o texto de retirada do projeto que estava em tramitação. Depois do pronunciamento de
Enedina Silva, disse que a Câmara é a casa do povo e declarou encerrada a sessão.
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