Desde que deixou a cadeira na Câmara dos Deputados, no início de 2011, o
ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes tem outro emprego: presta
assessoria política para o PSB do Ceará, cujo presidente é seu irmão, o
governador Cid Gomes. Pela função, é muito bem pago: R$ 26,7 mil brutos
por mês, o mesmo que um deputado federal. Atualmente, ele não é mais
integrante da direção estadual da legenda, de acordo com dados do no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O PSB do Ceará também já teve na sua
executiva outro dos irmãos Gomes: o deputado estadual Ivo Ferreira
Gomes, que foi secretário de governo de Cid.
Ciro é o principal articulador político do clã e ganhou projeção
nacional depois de disputar duas eleições presidenciais (1998 e 2002).
Na última, obteve mais de 10 milhões de votos (4º lugar).
Embora não seja mais integrante da executiva estadual da legenda,
segundo o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ciro é membro da
executiva nacional do partido.
Em nota enviada ao GLOBO, a assessoria de imprensa do PSB do Ceará
informou que Ciro presta assessoria política à direção estadual do
partido por causa de sua experiência como ex-prefeito, ex-governador,
ex-ministro e ex-deputado: “(Ciro) auxilia e promove ações da legenda em
todo o estado, atuando também na criação de diretórios municipais.” A
assessoria confirmou que ele recebe como pagamento o mesmo que um
deputado federal.
O pagamento para eminências políticas dos partidos não é ilegal. O
ex-presidente Lula, antes de se tornar presidente e mesmo antes de andar
pelo mundo fazendo palestras e cobrando um bom dinheiro — depois que
saiu do Planalto —, também recebia salário do PT. A presidente Dilma
Rousseff, quando deixou o cargo de ministra da Casa Civil, em 2010, para
se dedicar à campanha, também teve despesas pagas pela legenda. (C.G.)
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