segunda-feira, 10 de junho de 2013

De olho em 2014, Eunício admite que pleiteia apoio de Cid, mas não descarta aliança com Tasso



Líder do PMDB no Senado Federal, Eunício Lopes de Oliveira revela que, apesar de trabalhar para se cacifar como melhor nome para manter a união entre seu partido com o PT e o PSB no Ceará, honrará seu compromisso com o governador Cid Gomes e não iniciará nenhum tipo de negociação sobre sua candidatura ao Governo do Estado antes de janeiro de 2014. Na entrevista concedida ao portal Ceará News7 e ao jornal Aqui CE, na última sexta-feira (7), o peemedebista falou sobre o cenário nada estável da eleição estadual. Sem descartar a composição com o PSD B do ex-governador Tasso Jereissati, desafeto histórico de Cid, Eunício afirmou que trabalha, hoje, para garantir a manutenção da aliança do grupo político que elegeu Cid Gomes governador do Ceará em 2006.


O senador já declarou que não há motivos para um rompimento entre o PMDB e o PSB e por ter sido aliado incondicional de Cid, o senhor está otimista em relação ao apoio do governador à sua candidatura?


EUNÍCIO OLIVEIRA: Nós fizemos uma aliança, em 2006, que obteve sucesso em todas as eleições. Estamos dentro de um grupo que tem o privilégio de ter a homenagem da sociedade através do voto. Mas uma eleição é sempre uma eleição. Eu votei em Cid Gomes na sua primeira eleição, quando ninguém acreditava que ele pudesse ser governador. Na reeleição trabalhei da mesma forma. Se a lei permitisse ele a se ‘re-reeleger’, eu votaria nele com toda a tranquilidade. Mas a legislação não permite ao governador um terceiro mandato.















É legítimo que o PMDB tenha as suas aspirações, e eu não escondo esse sonho. Mas, na minha carreira política, eu subi degrau por degrau. Eu estou no jogo, na mesa de negociações, mas tenho paciência. O que vai acontecer, eu, sinceramente, não posso antecipar. Agora, se o nome que sair dessa aliança for o meu, é natural que eu deseje o apoio do governador Cid.


Mas não acho que esse seja o momento de discutir esse processo. O Cid precisa de tempo para concluir seu projeto e o que eu quero é ajudar esse governo. Tenho feito isso em Brasília. Na questão do FPE, por exemplo, se eu não fosse o líder do PMDB no Senado e não fosse amigo de Cid, teríamos perdido 52% de aumento, o que representam mais de 40% da receita do estado. E a manutenção desse modelo em que um ajuda o outro, é muito importante.


Apesar de o debate eleitoral já ter sido antecipado por setores da mídia, o senhor insiste em discutir 2014 só em 2014?


Eunício: Esse ano é um ano de trabalho, de debater um Brasil que não pode voltar atrás. Vamos depositar nossa energia em prol do nosso mandato de senador. No próximo ano a gente bota a energia em prol da candidatura e da manutenção do mandato. 2013 é um ano para gente fazer um mandato, já 2014 é hora de buscar um novo mandato. Então, vamos discutir 2014 apenas a partir de janeiro.


Se o governador resolver descartar sua candidatura e o PT fechar com Cid, a aliança Eunício-Tasso se concretiza?


Eunício: Na política não se descarta nenhuma possibilidade. Eu não tenho nenhum preconceito em conversar com a extrema-esquerda, nem com a extrema-direita. Eu não fiz inimigos, não construí nada com desarmonia. Eu fiz política sempre de bastidores, negociações e entendimentos. Mas, eu não tenho duvida que esse grupo político que se juntou em 2006 vai ter continuidade através de um de nós em 2014.


No que a candidatura de Eduardo Campos (PSB) ao Planalto influencia na sua candidatura? O PT dá sinais de que se Cid conseguir um recuo de Campos, irá apoiar um candidato do PSB à sucessão?


Eunício: Tenho conversas quase semanais com a presidente Dilma Rousseff e ela espera que essa aliança continue em 2014. Disse, textualmente, que deseja a manutenção da aliança entre PT e PMDB que, nas palavras dela, é seu aliado preferencial. Agora, é legítimo que Campos queira ser candidato ao Planalto. E é por isso que insisto: qualquer manifestação agora é prematura. Se o PS B lançar candidato ao Planalto, é natural que os membros do partidos apoiem esse nome.

Há um consenso de que o melhor nome para manter a união do PSB, PT e PMDB no Ceará é Eunício Oliveira. Essa alternativa une até a ex-prefeita Luizianne Lins. Falta apenas o aval de Cid?


Eunício: Eu sou aliado histórico desse projeto desde o ex-presidente Lula. Tenho um diálogo frequente com Dilma e com o PT. Mas, há uma aliança no Ceará, onde o Cid é o coordenador desde 2006. Se as circunstancias políticas não permitirem que ela prossiga, vou lamentar. Ainda não conversei com Cid sobre isso. Até porque fiz declarações publicas de que só trataria isso a partir de janeiro. Como há um compromisso mutuo de que discutiremos isso a partir do ano que vem, seria deselegante fazer qualquer tipo de conversa paralela. Isso seria uma traição ao compromisso que fizemos. E eu tenho honrado cada palavra dita.


Foi dito pelo ex-ministro Geddel Vieira que o PMDB pode até abrir mão da vaga de vice-presidente ocupada por Michel Temer. Há chances de ruptura?
Eunício: O PMDB foi um guarda-chuva da democracia brasileira. Todos esses partidos que estavam na clandestinidade, inclusive o PSB quando Miguel Arraes teve que se exilar, ficaram acomodados no velho MDB - partido que abrigou os opositores do Regime Militar de 1964 e deu origem ao PMDB - para não se curvar à ditadura. Somos um partido democrático. Não vamos fazer uma intervenção na Bahia porque o Geddel discorda do presidente do partido, Michel Temer. No PMDB não há essa tradição de intervenção, de calar a boca das pessoas. Então essa é uma manifestação de um membro respeitado do partido, mas não é, sinceramente, a opinião do partido.

Fonte: Aqui Ce. 

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