A decisão de sair da política para “cuidar dos netos” já não parece
fazer mais parte dos planos do ex-senador Tasso Jereissati (PSDB).
Ontem, durante a convenção que homologou os novos presidentes do
partido, o tucano elevou o tom contra a política de segurança do governo
Cid Gomes, prometeu engajamento na agenda da sigla rumo a 2014 e não
descartou completamente hipótese de voltar a disputar eleições.
Perguntado se poderá ser candidato em 2014, Tasso disse que “neste ano, não” – em tom bem diferente do utilizado logo após a derrota para o Senado em 2010, quando ele anunciou que abandonaria a vida pública. “Não é meu objetivo, nesse momento, ser candidato”, afirmou.
O discurso do tucano-mor do Ceará, no entanto, deixa dúvidas sobre
possíveis pretensões políticas. Ao fazer uma avaliação da reta final do
governo Cid – com quem ele rompeu relações em 2010 –, o ex-senador disse
que o Estado atingiu um ponto “insustentável na insegurança” pública e
que Cid está “no caminho contrário” na fórmula de combate ao problema.
“Primeiro é preciso um treinamento intensivo das polícias, montar um
sistema de inteligência e, só depois, comprar equipamentos. Não adianta
ter muitos carros rodando sem policiais treinados, sem uma avaliação de
inteligência”, avaliou.
No palanque, ao criticar o tratamento dado pelo Governo Federal ao Ceará
e questionar a “surpresa” do Palácio do Planalto com a seca do
Nordeste, Tasso voltou a alfinetar o ex-aliado. “Para reconstruir o
Ceará não é coisa que se faça em cima de palanque. (...) Cadê o nosso
governador? Cadê ele?”, provocou.
Ontem, Tasso chegou a fazer uma autocrítica e reconheceu “omissão”, ao
reclamar da falta de oposição no Estado. “Estamos nesse nível, e eu me
incluo nisso, por covardia. Estamos vivendo um momento de paralisia, e
eu me incluo, pela acomodação acovardada”, afirmou.
(O POVO)
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