quinta-feira, 16 de maio de 2013

Bolsonaro ataca casamento gay: "não querem igualdade, e sim privilégios"



O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) atacou a resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em vigor a partir desta quinta-feira, 16, que obriga cartórios brasileiros a celebrarem casamento entre pessoas do mesmo sexo. "O Judiciário, a exemplo do Supremo, tem avançado sobre a Constituição. Está bem claro na Constituição aqui: a união familiar é um homem e uma mulher. (...) Essas decisões aí só vêm a cada vez mais solapar a unidade familiar, os valores familiares: vai jogar tudo isso por terra", disse Bolsonaro. Segundo ele, membros da comunidade GLBT “não querem igualdade, eles querem privilégios”.


O deputado disse ainda que continuará lutando contra o casamento gay mesmo que a prática venha a ser legalizada no futuro. Para isto, citou prerrogativas suas de deputado, como a apresentação de Propostas de Emenda à Constituição (PECs) contrárias ao tema.

Jair Bolsonaro também se mostrou indignado com possíveis consequências da legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. "Se, atrás disso, vem a adoção de criança: uma criança adotada por um casal gay é 90% de chances que vai ser gay também", disse Bolsonaro. "Você acha que eu vou pegar meu filho de 6 anos de idade e deixar ele brincar com outro moleque de 6 anos adotado por um casal gay? Não vou deixar! (...) A lei não vai fazer minha maneira de pensar (ficar) diferente", disse.

Após as falas, Bolsonaro negou ser homofóbico. Segundo ele, o conceito diz respeito apenas à violência física contra homossexuais. “Eles me acusam de homofobia, que eu sou homofóbico. Você já ouviu, em algum lugar, eu falar que homossexual tem que morrer? Tem que dar porrada?”, disse.

Igualdade de direitos

A resolução do CNJ que obriga cartórios a celebrarem o casamento gay foi publicado no Diário Oficial de Justiça da última quarta-feira, 15, e entra em vigor a partir desta quinta. A medida, no entanto, não legaliza o casamento gay no País. Para isso, o assunto precisa ser apresentado como lei e aprovado no Congresso. 


Em Fortaleza, levantamento apontam que 113 uniões entre pessoas do mesmo sexo foram feitas no último ano.

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