QUIXERAMOBIM: Nova eleição poderá ser definida em agosto

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Após três meses de administração interina o prefeito em exercício no município de Quixeramobim, Clébio Pavone, ainda enfrenta dificuldades para coordenar o Poder Executivo local. A justiça da primeira Vara irá avaliar no próximo se o município terá ou não novas eleições.

Sem poder contar com os auxiliares diretos do primeiro escalão de seu antecessor, houve necessidade de uma série de ajustamentos, com prioridades para as áreas de saúde, educação e funcionalismo público. Mesmo assim, o ex-presidente da Câmara de Vereadores, surpreendido com a decisão da Justiça, afastando também o prefeito eleito nas urnas, Cirilo Pimenta e seu vice, Tarso Borges, não hesitou em enfrentar o desafio.

Apesar do curto período, Pavone diz se sentir mais aliviado. Na avaliação dele todos os serviços da administração municipal estão sendo prestados à população. Cursos de capacitação para servidores da Secretaria de Ação Social, o sucesso na campanha de vacinação, e até a reabertura do matadouro público, interditado pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) no fim de semana passado estão entre os seus desafios mais recentes. Também já consegui firmar o convênio do Programa Minha Casa Minha Vida com o Governo Federal.

Ontem pela manhã, o administrador municipal recebeu no seu gabinete uma comitiva de representantes dos trabalhadores rurais, do Movimento Sem Terra (MST), de lideranças sindicais e comunitárias. No início da manhã o grupo havia realizado uma manifestação, pacífica, na CE-060. Por volta do meio-dia entregaram uma lista de reivindicações. Ele confessou estar habituado a esse tipo de movimento. Havia assistido as ocupações anteriores, do Paço Municipal, feitas pelos agricultores. Agora a perspectiva é diferente a vista da Câmara e de quando esteve à frente de uma pasta municipal. A responsabilidade é maior, como ressaltou, mas o compromisso público continua o mesmo.

Afastamento
O afastamento do prefeito Cirilo Pimenta, do seu vice, secretários e diretores de órgãos administrativos do Município ocorreu no dia 9 de abril passado. A ação, denominada "Quixeramobim Limpo II", foi desencadeada pelo Ministério Público do Ceará (MPCe) e Polícia Civil. No dia 21 de março a mesma investida havia sido realizada, com Mandados de Busca e apreensão de documentos. Na época, o prefeito e sua equipe permaneceram nos cargos. Enquanto Cirilo busca recurso do Supremo Tribunal de Justiça, para retornar ao cargo, o município continua sendo administrado por Pavone.

Dificuldades
Mas em agosto, quando acabar o prazo estipulado pela juíza da 1ª Vara de Quixeramobim, Fabrícia Ferreira de Freitas, se Cirino não retornar haverá nova eleição municipal. Isso se dá após o término do prazo dos 90 dias das interinidade do prefeito Clébio Pavone.

Quem também enfrentou dificuldades, apesar do curto período de afastamento de sua equipe, por 15 dias, foi o prefeito de Quixadá, João Hudson Bezerra. Como esta é sua primeira administração, sendo afetada logo no seu início alguns projetos para o primeiro semestre, principalmente ligados ao turismo, foram prejudicados em razão da decisão judicial.

Além da apreensão e do constrangimento alguns secretários ainda estão abalados. Gerenciar um Município sob tensão não é fácil, desabafa o gestor. Na opinião do assessor de Comunicação da Prefeitura de Quixadá, Mike Oliveira, não há porque contestar a ação da Justiça.

Contudo, observa que, como todo administrador público deve agir com transparência e sabe das consequências legais em razão de qualquer ilicitude alusiva ao erário público, não há motivo para ações extremistas como o afastamento de dezenas de servidores municipais.

"Algumas pastas municipais nem dotação orçamentária tem", argumentou Oliveira, se referindo ao principal objetivo das investigações do Ministério Público nos últimos meses no Estado, as licitações.

Mais informações:Centros Administrativos
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