sábado, 2 de março de 2013

Ex-prefeito e IBGE negam haver irregularidade em Catarina


O deputado Osmar Baquit, líder do PSD na Assembleia Legislativa, na última quinta-feira, em pronunciamento na sessão ordinária, denunciou a existência de um possível esquema de fraudes no censo do Município de Catarina. Ontem, o chefe da unidade estadual do IBGE no Ceará, Francisco José Moreira Lopes, encaminhou ofício ao Diário do Nordeste, refutando "veementemente os termos da matéria" que relatou o pronunciamento do deputado estadual.

No dia anterior, o prefeito de Catarina, Jefferson Paes de Andrade Rodrigues, já havia encaminhado nota contestando a fala de Osmar. O ofício de seis laudas do IBGE, encaminhado ao jornal, não faz menção ao pronunciamento do deputado, embora faça referência a cada um dos tópicos constante do discurso dele, hoje fazendo parte dos Anais do Legislativo.

Sobre o ponto referente a contratação do pessoal para fazer o censo, em Catarina, que Osmar diz ter sido parte contratado pela Prefeitura, razão de apuração por parte da Polícia Federal, diz o ofício que "Toda equipe de trabalho do Censo 2010 foi selecionada através de Processo Seletivo Simplificado aplicado pela Fundação Cesgranrio", acrescentando que "Nenhuma autoridade municipal de qualquer município brasileiro teve ou tem qualquer inferência no Censo. Portanto, nenhum prefeito municipal, inclusive o ex-prefeito Jefferson Paes de Andrade, do município de Catarina/CE, tinha competência para adotar qualquer medida relativa ao Censo 2010".

Mais adiante diz o representante do IBGE em sua correspondência, que "A assertiva de que ´em dois anos, o Município teria aumentado em quase 5 mil o número de habitantes, o que contabilizaria pelo menos cinco pessoas por residência´ não se confirma", acrescentando que "a média de moradores por domicílio ocupado no município vir decrescendo em cada censo e ter atingido seu menor nível em 2010 com 3,73 pessoas por domicílio ocupado".

Cadastrando

"Cumpre esclarecer que antes do início do Censo, nos meses de março a junho de 2010, o IBGE fez em todos os municípios a operação chamada de "Pré-Coleta", cadastrando todos os domicílios existentes nos logradouros dos municípios, a fim de acompanhar a coleta de dados e termos os indicadores da coleta do Censo, identificando o compatibilizando os dados Pré-Coleta com a Coleta do Censo 2010. Os domicílios surgidos após a pré-coleta foram objeto de verificação em campo por parte dos supervisores, inclusive com realização de reentrevistas, para assegurar a qualidade dos dados coletados", informou.

Prosseguindo, acrescenta: "O IBGE reafirma que depois de realizados todos os procedimentos técnicos e análises dos parâmetros com seu corpo técnicos, os dados publicados mantém o padrão de qualidade estatística internacional, assegurando a veracidade de suas informações e cumprindo sua missão institucional de retratar o Brasil com informações necessárias ao conhecimento de sua realidade e ao exercício da cidadania, razão pela qual refuta veementemente os termos da matéria", que relatou o pronunciamento do deputado Osmar Baquit, da tribuna da Assembleia Legislativa, inclusive com apartes de alguns outros deputados estaduais cearenses.

Salientando "que o IBGE tem em seu corpo funcional demógrafos, estatísticos e profissionais especializados que fazem análises antes e após a coleta de dados, permitindo o gerenciamento de indicadores que possibilitem o acompanhamento da operação censitária passo a passo, inclusive com sinalizações de crescimento ou decréscimo populacional dos municípios" o ofício termina com a informação de que já estão sendo iniciados os preparativos para a realização de uma "nova Contagem da População nos municípios brasileiros".

Prefeito

Jefferson Paes de Andrade Rodrigues, diz que "diante da acusação do Sr. Osmar Baquit quanto à minha pessoa, informo: Que não foram funcionários contratados pela Prefeitura de Catarina que fizeram o censo, e sim pessoal contratado por processo seletivo pelo IBGE. Que o índice definido pelo TCU, com base em decisão normativa nº63 de 15/12/2004, de 1.2 se manteve o mesmo por todo os meus 2 (dois) anos de mandatos. Sendo, inclusive, definido meses antes da minha posse do primeiro mandato. Portanto, o deputado não teve informações verdadeiras e condizentes com a realidade dos fatos. Só tenho a lamentar e pedirei retratação desse politiqueiro episódio".


Fonte: Diário do Nordeste  

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1237930

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