Um alerta que vem da Caatinga, bioma
brasileiro que abrange todos os estados do Nordeste e parte de Minas
Gerais: a arara-maracanã-verdadeira (Ara maracana) pode entrar em extinção na região devido ao desmatamento e ao comércio ilegal de animais.
A espécie, que já é classificada como
vulnerável na natureza pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais (Ibama), sofre com o avanço da devastação da vegetação
e com a caça predatória, que foca principalmente nos filhotes de aves,
vendidos em feiras clandestinamente.
Esse é o resultado de um estudo feito
entre 2009 e 2011, liderado pelo pesquisador Mauro Pichorim, da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A redução da
vegetação, principalmente da quantidade de mulungus, árvore típica do
bioma, afetaria a reprodução da espécie.
“A reprodução dessas aves é feita dentro
do tronco oco do mulungu. Entretanto, essa vegetação tem sido derrubada
devido ao aumento da atividade pecuária”, disse o professor da UFRN.
Dados divulgados no ano passado pelo
ministério do Meio Ambiente mostram que a Caatinga já perdeu quase 46%
de sua vegetação original. Mais de 376 mil km² foram destruídos, de uma
área original de 826.411 km².
Distribuição pelo país
De acordo com Pichorim, essa espécie, que pertence à família dos papagaios, era possível ser encontrada em quase todos os estados brasileiros. Mas desde a década de 1970, de acordo com o estudo, não há notícias de exemplares da arara-maracanã-verdadeira no Sul e foi constatada a redução de animais no Sudeste.
De acordo com Pichorim, essa espécie, que pertence à família dos papagaios, era possível ser encontrada em quase todos os estados brasileiros. Mas desde a década de 1970, de acordo com o estudo, não há notícias de exemplares da arara-maracanã-verdadeira no Sul e foi constatada a redução de animais no Sudeste.
Já no Nordeste, restariam
aproximadamente 500 indivíduos, sendo que cerca de 50 estariam na região
da Serra de Santana (RN). O levantamento foi feito pela equipe da UFRN,
com apoio da Fundação Boticário,
Plano de conservação
O trabalho sugere a criação de um plano de conservação que contaria com ações de fiscalização na região para combater o comércio ilegal e o desmate nas áreas consideradas importantes para a espécie.
O trabalho sugere a criação de um plano de conservação que contaria com ações de fiscalização na região para combater o comércio ilegal e o desmate nas áreas consideradas importantes para a espécie.
“A proposta inicial abrangeria a região
da Serra de Santana. Queremos focar nesta área e depois expandir para o
restante do bioma”, disse o professor.
O projeto do plano, segundo ele, já foi
entregue para a superintendência do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) do RN e será apresentada também
ao ministério do Meio Ambiente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário