domingo, 29 de janeiro de 2012

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                                Então é Gol






O Flamengo, adversário de amanhã do Ceará, é muito maior do que os cariocas imaginam. O clube dá nome a distrito de Saboeiro, no sertão dos Inhamuns. Muitos dos flamenguenses são flamenguistas

Quando o Flamengo foi campeão carioca, no início deste ano, o pequeno distrito de Saboeiro comemorou. Foi um domingo diferente. Nada de fazer ciranda com as cadeiras na calçada nem se deitar cedo. Foi dia de juntar gente e carro para fazer buzinaço. “Teve uma carreata que juntou mais de 30 carros”, orgulha-se Carlos Daniel de Almeida, 12.

O menino é fã do Rubro-Negro. Exalta Ronaldinho, gaba Thiago Neves e esnoba Léo Moura. “Já tá velho, faz mais nada”, justifica. Mas queria ver todos jogando. “Se eu tivesse dinheiro, ia pro Rio ver um jogo do Flamengo”, olha longe e mareja, menino sonhador que é. E para o futebol de travinha, marcada com sandálias, só para vir bater papo sobre o time.

Junto com Carlos Daniel, a torcida do time do Rio é grande no distrito de Flamengo. “Só torço Flamengo”, restringe Pedro Rodrigues, 67, comerciante que, depois do meio-dia, arma a rede rubro-negra, descalça as chinelas vermelhas e pretas e descansa ali mesmo, no meio da mercearia.

Ivanilson Moreira Guedes, 20, é outro que já gastou um tanto de dinheiro com objetos do Flamengo. Até aposta faz. E já perdeu dinheiro com isso. “Mas já ganhei um bocado também”, garante. Tem camisa, boné, chaveiro. Quer é estampar a paixão.

Mas, mesmo no distrito que leva o nome do clube, o Flamengo não monopoliza. Concorre com a preferência por outros times. “É o time mais amado do Brasil, mas é o mais odiado também, porque os torcedores do Flamengo fazem a gente ter raiva deles”, esbraveja Bérgson Carlos Rodrigues, 30, com a camisa do Palmeiras no peito.

O ruim, para o alviverde, é o comportamento dos flamenguistas. Se ganham, desdenham dos demais. “Quando teve a carreata, diziam que estavam vendendo senha. Quero ver agora”. E é ele quem subestima.

Fonte: O Povo Online

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